Mesmo sendo uma das cirurgias estéticas mais realizadas atualmente, o transplante capilar está cercado de dúvidas e informações desencontradas. Apesar de toda a evolução nas técnicas médicas, o procedimento ainda sofre com o estigma dos resultados artificiais que deixavam cicatrizes enormes décadas atrás. Hoje a realidade é bem diferente:
O transplante capilar é realizado apenas com o cabelo do próprio paciente para que não exista risco de rejeição. Seria possível usar o cabelo de outra pessoa, porém os efeitos colaterais que os medicamentos contra rejeição causam não justificariam o seu uso, já que o transplante capilar é um procedimento estético.
Ao contrário do que ocorre com o tratamento clínico, o ideal é que o transplante capilar seja realizado em pacientes com mais de 35 anos, porque normalmente o padrão da calvície (quantidade de cabelo e região que serão afetadas pela perda capilar) já está estabelecido e por isso o planejamento do procedimento é mais seguro. Além do mais, a cicatrização nos pacientes mais velhos tende a ser melhor já que a quantidade de colágeno no corpo, por ser menor, torna a cicatriz ainda mais invisível.
Apesar de ser melhor não precisar de correções, é possível corrigir procedimentos que não ficaram bons esteticamente. Retiramos os ‘tufos’ existentes e reutilizamos os fios para redesenhar o cabelo e torná-lo o mais natural possível. Também é possível corrigir cicatrizes existentes causadas por cirurgias anteriores ou acidentes, podemos cobri-las com fios retirados de outras regiões. Infelizmente, a procura por esse tipo de correção vem aumentando, por isso salientamos a importância de pesquisar bem sobre o médico que fará o seu procedimento. O ideal é procurar especialistas que façam parte da ABCRC (Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar) ou da ISHRS (International Society of Hair Restorations Surgery).
Os pacientes com calvícies mais extensas, como grau VII e VI, podem sim realizar o transplante capilar. É possível conseguir um ganho estético muito bom redistribuindo o cabelo de forma harmônica, mas eles devem entender que a restauração não será ‘completa’. Também é necessário ter elasticidade e densidade na área doadora, por isso o paciente deverá realizar a massagem no couro cabeludo* previamente. O paciente não deixará de ser calvo totalmente, mas terá um visual muito mais jovem e o equilíbrio facial restabelecido.
A FUE foi a primeira técnica de transplante capilar. Antigamente, em 1959, retirava-se enxertos circulares de até 5mm de diâmetro que continham de 7 a 12 unidades foliculares e que eram transplantados para a área calva. Bom, não ficava natural porque de fato não respeitava as características do cabelo. Anos mais tarde, veio a técnica FUT, que retira a área doadora por meio de uma incisão linear, onde foi possível começar a utilizar as unidades foliculares individualmente durante a implantação na área calva, o chamado transplante capilar folicular, também conhecido como “fio-a-fio”. Atualmente, a FUE retira as unidades foliculares individualmente por meio de micro incisões, de 0.7-1.0mm de diâmetro, e depois as reimplanta na área calva. Ambas técnicas utilizam apenas unidades foliculares e tiveram uma grande evolução nos últimos anos. Quando bem realizadas propiciam resultados excelentes e sem marcas visíveis. O que o paciente deve entender, é que cada técnica tem suas indicações que devem ser respeitadas para que o resultado seja o melhor no presente e também no futuro. Nenhuma é ‘superior’ a outra.
A técnica FUT evoluiu muito nos últimos anos especialmente quando falamos da sutura. Hoje utilizamos uma técnica de sutura chamada tricofítica, essa sutura é feita em 3 níveis o que auxilia na cicatrização e evita que ela alargue. Além disso ela permite que o cabelo cresça na linha cicatricial, que na maior parte dos casos é de apenas 1mm.
Na verdade, são realizadas centenas de micro incisões no couro cabeludo, tanto para a retirada da área doadora quanto para a implantação na área calva. Apesar de ser minimamente invasivo, o transplante capilar é uma cirurgia e mesmo com a FUE, que não precisa de sutura, ele deve ser realizado apenas por cirurgiões (dermatologistas ou cirurgiões plásticos). Se for mal realizada, a FUE pode deixar cicatrizes aparentes e comprometer a estética do cabelo tanto quanto a FUT. Por isso é importante procurar médicos especializados e experientes em transplante capilar FUT e FUE.
A densidade restaurada é a que chamamos de “densidade cosmética”, ela equivale de 40% a 60% da densidade natural (antes da calvície) mas que devido a distribuição que o cirurgião faz, consegue um aspecto de densidade maior. Basicamente, criamos uma ilusão de mais cabelo do que realmente tem, já que não estamos produzindo mais cabelo, apenas redistribuindo. Outro motivo de não alcançarmos a densidade natural, é que a vascularização no couro cabeludo permite apenas uma certa quantidade de cabelo por sessão, se ultrapassarmos essa quantidade, o cabelo pode não ‘pegar’, pode não nascer.
Dores e incômodos são raramente relatados, o transplante capilar é um procedimento minimamente invasivo, tanto que é realizado com anestesia local e leve sedação apenas para que o paciente não sinta o tempo passar (levamos até 8 horas para finalizar o procedimento). E, se caso houver dores, analgésicos comuns serão indicados.
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Lembrando que nada substitui o relacionamento médico-paciente, portanto a consulta presencial com o seu médico é indispensável. As informações contidas neste artigo não pretendem substituir a consulta ao profissional médico ou servir como recomendação para qualquer plano de tratamento. Em caso de dúvidas procure seu médico. A Medicina é uma ciência em constante mudança, os artigos são produzidos baseados nos Artigos Científicos mais recentes até a data de postagem.