Quando somos crianças, nosso cabelo possui um desenho mais arredondado e fechado, típico infantil. Com o passar do tempo e devido a ação hormonal os homens começam a desenvolver um recuo nas laterais do cabelo, as entradas. Por isso o cabelo de um homem adulto será mais anguloso, com recuo no desenho lateral e linhas mais retas.
A entrada é um padrão masculino de cabelo, da mesma forma como a barba, os pelos no corpo e a voz são características sexuais secundárias do homem, e portanto não significam necessariamente calvície.
“Tem gente que não gosta de ter entradas e quer ter um cabelo de adolescente novamente. Se você tiver 20 anos até pode ser legal, mas se tiver 40 anos aquele desenho infantil vai ficar ruim, vai ficar esquisito, inestético. ” Comenta dr. Tykocinski sobre a restauração capilar somente nas entradas.
O transplante capilar que restaura essas entradas, não reconstrói o cabelo de um garoto de 15 anos, ele mantém o desenho de um homem adulto não-calvo, deixando um pouco de entradas e restaurando as laterais e outras áreas para que o transplante capilar não fique inestético com o passar do tempo.
“Hoje com a técnica FUE muitos buscam o tratamento só para a entrada, que também pode ser feito mas a pessoa deve estar ciente que com a progressão da calvície isso vai ficar irregular, não vai ficar bom. Então essa é a minha crítica a essa abordagem, simplista digamos assim, minimalista só das entradas que, no geral, prefiro não proceder. ” Completa dr. Arthur.
As entradas, segundo o especialista, não irão parar de crescer. Da mesma forma que não ficamos mais jovens com o passar do tempo, também não ficaremos mais cabeludos. A progressão da calvície varia muito de pessoa para pessoa, tem fases que ela avança mais e outras que estaciona, mas eventualmente ela progredirá até o fim dos tempos. O cabelo naturalmente começa a afinar quando ficamos mais velhos, a partir dos 50 anos por exemplo, a área do vértex começa a se comprometer e a pessoa vai ficando com aquela ‘coroa’.
Portanto, o transplante capilar não pode visar apenas o ganho imediato, o planejamento deve considerar todo o provável avanço da calvície para que o paciente não fique com um transplante capilar inestético no futuro.
“Muitas vezes, temos que proteger o paciente dele mesmo, o médico não pode fazer algo que daqui 10, 15 anos seja motivo de aborrecimento e até infelicidade. ” Conclui o médico.
Por isso a importância do especialista dominar não apenas as técnicas, mas ter senso estético e olhar artístico. Recriar o cabelo de forma natural e que o resultado permaneça sempre satisfatório é muito mais complexo do que parece.
Lembrando que nada substitui o relacionamento médico-paciente, portanto a consulta presencial com o seu médico é indispensável. As informações contidas neste artigo não pretendem substituir a consulta ao profissional médico ou servir como recomendação para qualquer plano de tratamento. Em caso de dúvidas procure seu médico. A Medicina é uma ciência em constante mudança, os artigos são produzidos baseados nos Artigos Científicos mais recentes até a data de postagem.